domingo, 24 de novembro de 2013

Pescaria no Batalhão Humaitá

Servi no 2ºBtlInf/DivAnf, Batalhão Humaitá, entre março de 1978 a junho de 1982, quando fui desligado para o curso de formação de Sargentos Fuzileiros Navais - Quadro de Comunicações Navais - CN.

Neste período, o então SD-FN-CN-Helio, que éramos da mesma turma de especialização CN - turma EspCN/77, nos tornamos amigos, de maneiras que ele e sua família frequentavam minha residência e vice-versa, na Ilha do Governador, onde residíamos e trabalhávamos.

O Hélio era um pescador nato!  Fabricava tarrafas e era um exímio lançador das mesmas! Arte que aprendera com seu avô - não lembro se paterno ou materno - na região do Alto do Rodrigues e Macau, RN, nos anos 60/70, durante sua infância e adolescência.

Numa noite, lembro que era num dos meses de inverno visto que estava bastante frio, saímos para pescar de tarrafa o Hélio, o Cabo-FN-CN Dantas também aqui do Rio Grande do Norte que, na época pertencia ao efetivo do Pelotão de Morteiros 81 mm da Companhia de Comando do Batalhão e eu.

O Helio tinha um 'tato' bastante aguçado para a pescaria. Era raro ele lançar a tarrafa e não consegui cercar os peixes! Num dado lance de tarrafa ele avisou para nós: "tem uma ou mais tainhas na tarrafa e das grandes!" Como a tarrafa encalhou nas pedras, o Cabo Dantas mergulhou para desencalhar, porém a tainha ou tainhas, começaram a se agitar de formas que o Helio orientou ao Cabo Dantas a segurar a tainha e nós, Helio e eu, iríamos soltar a tarrafa das pedras.

O Cabo Dantas com a tainha presa nas mãos porém a mesma ainda estava dentro da água, de formas que, quando começamos a liberar a tarrafa das pedras, o Cabo Dantas pode suspender a tainha  envolta na tarrafa. Quando a tainha estava com cerca da metade do  corpo fora da água, começou a se agitar com a cauda submersa de modos que o Cabo Dantas começou a reclamar que a tainha iria derrubá-lo dentro da água e eu não me contive e comecei a ri!  KKKKK!

Os três, com muito esforço, conseguimos tirar a tainha de dentro da água e comemorar a eficácia da faina da pesca.

Num outro lance de tarrafa, novamente o Helio alertou se tratar de uma situação semelhante a anterior, porém, desta vez o Cabo Dantas disse: "Felix, você ficou de chacota comigo com a outra tainha, agora é a sua vez para você ver o que é bom para a tosse"!  Ato contínuo, mergulhei, agarrei a tainha e comecei a suspendê-la para fora da água.  Quando a mesma estava com a metade do corpo fora da água aí eu percebi o sufoco que o Cabo Dantas tinha passado. A tainha se debatia com a cauda submersa com uma força tão violenta que se eu não estivesse com os pés bem firmes ao solo poderia ter sido derrubado.  A partir daquele momento passei a acreditar neste tipo de história de pescador!  KKKKKK!!!!

Adsumus!



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